O despreparo da maioria dos profissionais da educação chama a atenção, como um dos fatores que define o quadro triste da educação e da cultura na região leste de São Paulo. Constituindo-se por comunidades com alta vulnerabilidade social, econômica, educacional e cultural, produz um coletivo e indivíduos com baixo exercício de cidadania, com percurso pessoal e profissional onde há pouco desenvolvimento de habilidades básicas e do pensamento autônomo e crítico, pouco contato com o conhecimento sistematizado da herança cultural da humanidade, a arte e a cultura, de forma geral, e com as teorias, história e metodologias educacionais, em particular.
Como conseqüência, vemos poucos recursos didáticos, precariedade no acesso a informações e à formação para compreender o aprendizado, desenvolver recursos para o ensino e inexistência, quase generalizada, do hábito de leitura, e de leituras para além dos livros de auto-ajuda e clássicos pedidos no vestibular.
Infelizmente, parte do problema é que a escola pública não assume seu papel. De forma geral, ela não tem cumprido sua função de mediação entre os alunos, a cultura e a sociedade, em particular nos quesitos socialização, conhecimentos sistematizados advindos da herança cultural e as ferramentas básicas para exercício de cidadania, que são o ler e o escrever.
O impacto destas defasagens é grande e incide fortemente na formação do cidadão e naqueles que depois procuram a carreira de professor.
Diante desse quadro, criou-se o Centro de Formação Alana como forma de disponibilizar a esta região um espaço para qualificação profissional que amplie as vivências, conhecimentos e repertórios do educador, e possibilite a reflexão sobre a prática da educação, tão pouco valorizada nos dias de hoje.